quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O menino que guardava moedas

Um menino guardava moedas, com o mesmo zelo e o mesmo apelo que um artesão em sua missão. O menino recebia,trocava,achava,ganhava como prenda ou como pago por um bom feito. E assim se cumpria tão obstinada meta de um dia o cofre estourar.E ía mais uma e mais outra e outra mais, de todo tamanho e valor. O menino todo dia insistia ,falava com a tia, falava com o pai ou com o melhor amigo _ sou um juntador de moedas, nada compro, só quero juntar. Em sua jornada, o tempo passava , cofres e cofres se amontoavam num canto da casa em tamanhos e formas variadas. A primeira porta foi fechada e inutilizada, pois ali já não se entrava mais. E outros espaços e outras portas íam se estufando e se fechando, tamanho era o numero de cofres amontoados. Ninguém percebia, mas eis que um dia divulgou-se a agonia de bancos ,pessoas,mercado e bilheterias sem moedas pra troca se concluir. Por todos os meios de alarme se fez o alarde que algo estranho ocorria. Buscou-se a ética, a prática ,a estética, a poética, a ciência, a filosofia, a metafísica, a astronomia , a astrologia, todas as investidas humana,que sujeita ao engano ainda arriscava um profano palpite de que era coisa de Deus pra castigar a humanidade, por tanta maldade. Tudo foi entrando em desgaste,pois era grande o contraste com o dinheiro escasso e a falta de explicação. A desconfiança pairou e com ela a dor, o desamor, a falta de idéias, a estagnação. Sem moedas e sem idéias , deixou-se de criar, de cantar, de buscar, de apostar,de acreditar. Nesse contexto, o menino achou um pretexto pra uma idéia encontrar. Dono do mundo se viu num segundo diante de tamanho tesouro. Moedas pra distribuir e um novo mercado se instituir. O mercado de idéias e outras mercadorias que não vinham das indústrias ou da mão do artesão,que já de antemão, o menino decretou : _ vamos reconstruir um mundo diferente, o suficiente pra não haver mais o medo, a ganância, o egoísmo, a traiçaõ. Vamos começar em trocar, sentimentos e idéias por moedas, cujo valor será apenas o de possuí-las e com elas manter o processo de trocas, tal como se deu no inicio de tudo, quando a moeda era apenas uma pedra de sal. Portanto , todas terão o mesmo valor, o importante será o merecido para obtê-las e trocá-la pelo que mais precisamos agora pra manter a sobrevivência, até que tudo seja recuperado dentro de nós, mas isso vai-se descobrindo com o tempo . O resto vamos continuar a pensar... ( a história continua)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Acredite se quiser. Fui recentemente expulsa de uma escola pública da cidade de Maricá _município do Estado do Rio de Janeiro a 80km da capital_ por trabalhar direcionada aos meus projetos educativos, por não ter essa escola nenhum projeto que me incluísse. Na verdade nem considero projeto aqueles fragmentos de propostas "pedagógicas". Como fato agravante da minha expulsão, foram alegadas as seguintes ninharias: Não arquivamento de advertências a alunos, Não atendimento a pais não agendados, falta de cumplicidade com a direção mediante os atos de punição indevidos e arbitrários,incompatíveis às minhas convicções pedagógicas.
Esses motivos foram os que eu tive acesso. acredito que no maldito relatório a meu respeito, encaminhado à secretaria de Educação, houvesse toda forma de absurdos que até abri mão de querer saber.
Se me convidassem a sentar e ensiná-las (as tais diretoras) a construir o Projeto Político Pedagógico da escola ,não lhes sobraria tempo pra elaborarem tão direitinho a minha sentença. Fui julgada e condenada a abandonar o grande trabalho que vinha desenvolvendo com aproximadamente 500 jovens, porém nunca reconhecido pelas tais senhoras. Felizmente a juventude é mais sábia do que parece. Subestimados nas suas capacidades intelectuais, não sufocam a pergunta que não quer calar: Por que ela? Queremos ela de volta! Por que não nos deram o direito de opinar? E eu lhes respondo: por elas temeram um trabalho que os tornassem críticos , ativos,criativos,pensantes. " Mesmo na minha ausência , nunca mais esses meninos e meninas serão os mesmos, dei-lhes a oportunidade de perceberem criticamente o que não lhes convém. Se os transformei ,saí vencedora deixando o meu legado. Agora certamente será urgente a reformulação das práticas, que infelizmente contribuíram para a incompreensão do que tentei fazê-las enxergar.
Uma escola é coisa séria. Ela recebe diariamente pessoas em formação e pessoas formadoras. Assuntos diversos são passados aos que estão sendo formados (alunos), todos jovens e crianças que através do formador ( educadores)passam a perceber tudo que constitui a vida , distribuídos em áreas de conhecimento ( disciplinas). Essas disciplinas são a matemática, a biologia, a química, a física, a geografia, a história, as artes, a língua portuguesa, as línguas estrangeiras,etc. Essas disciplinas têm conteúdos específicos de acordo com cada nível de ensino.
Nesse complexo universo, muitas questões atravessam significativamente, pois o processo de aprendizagem é tão delicado quanto qualquer outro processo orgânico, que para funcionar plenamente, têm que ser respeitadas todas as condições obrigatórias. Tal como os rins, que para funcionarem dependem de água.
Acontece que, nem todos os formadores têm consciência de que, tal como os médicos, são também responsáveis pela saúde mental dessas crianças, por suas vidas,por suas descobertas existenciais. E opostamente ao correto procedimento enquanto formadores, levam diariamente a esses inocentes, o simplório, o mínimo, a superfície dos conteúdos, que, em relação às exigências do mundo atual, não acompanha sequer as habilidades que esses jovens adquirem nos mais óbvios dos jogos, ou brinquedos, ou diálogos entre eles.
Os jovens e as crianças já estão muito além das medíocres práticas de ensino formalizadas nas escolas retrógradas, e por isso conversam durante a aula, e por isso não querem estudar, e por isso não estabelecem relações interessantes com seus professores. A vida está muito além de um quadro, um caderno, um teste, uma prova. Coloquem-se como espectadores desse cenário tão pobre que é uma sala de aula, aí então compreenderão porque os alunos são tão desinteressados e tão desafetuosos e tão deficientes em suas práticas cognitivas. É triste. As consequências desse descaso trarão graves problemas socias. Acordai!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Meninos amanhecem em pilhas ao longo das calçadas. Aumentam em volume na mesma proporção que os pombos encardidos, que as pestes, que os prédios, que os carros, que as mulheres vazias, que os homens ignorantes. Os meninos das calçadas, aumentam mais que a fumaça turvulenta que torna os matizes da manhã um cinza fúnebre.
Olimpíadas, Copa do mundo no Rio de Janeiro, trazem melhorias na cidade, trazem turistas risonhos, trazem monumentos, pontes e viadutos.
A cidade é um imenso cartão postal, sem meninos risonhos de vida boa.
A cidade é nosso território, onde fazemos amigos, nos apaixonamos, temos lazer e buscamos nossos interesses. É importante que ela nos abrigue sem violência, sem falta de trabalho, sem misérias, sem lixos, sem dificuldades de nela sobrevivermos. O que você acha da sua cidade? Em que você pode colaborar?
Toda expressão em forma de arte, é generosa ,por ser livre, atraente,transformadora e acima de tudo vir da alma. Todo criador deve sempre dar à sua criação, encaminhamentos que jamais promovam toda e qualquer forma de violência,destruição ou violação. PIXAR DESTRÓI, VIOLA E AGRIDE. PIXAR NÃO É ARTE.

domingo, 21 de agosto de 2011

"Ai de vós, escribas e fariseus! O que deve ser feito, determinado está por todas as vontades. O que deve permanecer, não se pode precipitar a retirada. Vigiai!" ( os escritos aleatórios permitem breves considerações do passado, que ainda estão se repetindo no presente).